Derretimento no Polo Norte, calor insuportável e detritos espaciais: ONU aponta seis riscos catastróficos para o planeta
ção de combate ao fogo e ameaça comunidades inteiras levando calor dos incêndios — Foto: Peter PARKS / AFP
Derretimento de calotas, calor insuportável, mas também crises de seguros e detritos espaciais: um mês antes da COP28, um relatório da Universidade das Nações Unidas alerta para seis ameaças que podem destruir sistemas essenciais à vida humana.
um novo relatório da Universidade das Nações Unidas , publicado na quarta-feira, 25 de outubro, alerta para seis ameaças que podem derrubar sistemas essenciais à vida humana. O conceito de ponto de viragem climático é agora regularmente utilizado pelos cientistas: o colapso da calota polar da Gronelândia ou o da floresta tropical amazónica são exemplos.
Este novo relatório propõe a criação de uma nova categoria, denominada “pontos de inflexão de risco”, com foco na interação entre a natureza e os sistemas construídos pelo homem. A ONU dá como exemplo o sistema de abastecimento de água e alimentos.
Riscos menos mencionados nas discussões climáticas
A análise alerta para certas ameaças já frequentemente descritas, como o derretimento dos glaciares que põe em perigo o abastecimento de água ou o desaparecimento de espécies animais que desempenham um papel fundamental no seu ecossistema. Mas também destaca certos riscos citados com menos frequência no contexto das discussões sobre o clima.
Um deles é a acumulação de detritos espaciais que ameaçam criar colisões em cadeia que podem tornar a órbita da Terra inutilizável para os nossos satélites – muitos dos quais servem para nos alertar sobre desastres climáticos.
Outra é a ameaça ao sistema de seguros: com a multiplicação dos desastres, os seus preços aumentam e algumas seguradoras chegam a retirar-se de certas áreas, deixando as populações sem rede de segurança.
Outro risco é o esgotamento das águas subterrâneas, utilizadas principalmente para a agricultura, para compensar a falta de água durante, por exemplo, as secas. Na Arábia Saudita, estes poços já estão secos, observa o relatório, e a Índia também está perto do ponto de ruptura.
Analise possíveis respostas
Os autores propõem também uma nova abordagem para analisar as possíveis respostas a estas crises, classificando-as em duas categorias: soluções que visam evitar as causas do problema, e aquelas de adaptação face às mudanças inevitáveis.
Cada uma destas soluções pode também enquadrar-se no sistema existente, ou procurar transformá-lo. Por exemplo: diante do aumento das temperaturas, a instalação de aparelhos de ar condicionado é uma solução de adaptação dentro do sistema, enquanto a redução das emissões de gases de efeito estufa busca transformá-lo, visando a causa do problema.
De acordo com o relatório, as soluções implementadas hoje procuram principalmente adiar os pontos de inflexão, em vez de reinventar os sistemas operativos.