Chamados para impressionar ou para transformar ?

Dr. José Wellington Fagundes Marins,
É Pastor auxiliar da CCIAD – Centro Cristão Internacional da Assembleia de Deus – Pr. Presidente: Douglas Freitas.
Casado, pai de 2 filhos graduado
pela Faculdade Brasileira de Ciências Jurídicas,
com curso de pós graduação pela FEMPERJ –
Fundação Escola do Ministério Público – RJ.
É prática infelizmente cada vez mais comum em nossas igrejas, após um sermão “impactante”, alguns membros virem à frente tocados pela palavra e nos domingos subsequentes assistirmos, via de regra, as mesmas pessoas vindo à frente e assim por diante. Parece que vivemos o um ciclo vicioso típico do tempo dos Juízes (Pecado – Clamor – Livramento – Pecado…)
É cômodo justificar tal situação, imputando a culpa às pessoas, taxando-as de inconstantes, incrédulas, etc. Mas eu me pergunto: Onde temos falhado? Será que estamos dando respostas a perguntas que não foram feitas? Nosso ensino e nossa pregação tem causado uma boa impressão ou tem transformado vidas?
Creio que a principal falha reside no fato de nossa equivocada compreensão que nosso papel como agentes de Cristo na terra se encerra no momento da entrega do sermão quando na verdade ali é que começa o processo de transformação na vida das ovelhas que nos foram confiadas. Precisamos compreender que o processo de transformação e discipulado, exige dedicação contínua as pessoas, exige investimento, exige acompanhamento e isso não se faz em 40 minutos de sermão. Devemos repensar modelos como “encontro de casais” onde as famílias são impactadas após aqueles dias maravilhosos, mas e depois?
Estes casais estão recebendo o devido acompanhamento? Palestras impactantes num culto são suficientes? Se nós insistirmos nesse modelo e não investirmos tempo com pessoas, vamos continuar assistindo esse mesmo vai e volta (muita ortodoxia – sabem o que é certo mas pouca ortopraxia – não fazem o que é certo).
Como uma planta recém-plantada, as pessoas precisam de uma estaca ao seu lado continuamente, dando-lhes continuo suporte até que atinjam um nível de maturidade em que elas possam caminhar sozinhas. O modelo de visão de “pequenos grupos” a meu ver tem se mostrado uma ferramenta eficaz na reversão desse quadro. O Pr. Abe Huber foi um dos pioneiros em nosso pais na implantação bem sucedida desse modelo. Vale a pena pesquisar sobre o trabalho desse Homem de Deus. Que nossa oração seja como a do Apóstolo Paulo em Gálatas 4.19 “Meus filhos, por quem sofro de novo dores de parto, até que Cristo seja formado em vós.” (Isso é transformação e não boa impressão).